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Família e escola: uma aproximação necessária

por Vivien Böck, psicóloga, diretora do Centro de Aperfeiçoamento em Psicologia Escolar

O senador Cristovam Buarque apresentou um projeto de lei que, resumidamente, obriga os pais dos alunos de todas as escolas brasileiras, públicas ou particulares, a comparecerem à escola de seus filhos, ao menos uma vez a cada dois meses a fim de acompanharem mais efetivamente a vida escolar deles.

Trata-se de uma proposta polêmica que vem suscitando críticas que alegam que esta participação familiar deveria ser decidida voluntariamente, pela conscientização da importância de seu envolvimento para o sucesso escolar do aluno. Sem dúvida, melhor seria se os responsáveis pela criança ou jovem participassem ativamente sem necessidade da pressão legal. No entanto, não é o que acontece. Ao contrário, cada vez mais os professores queixam- se que estão assumindo as funções paternas da educação, que as famílias estão delegando à escola a educação informal como a instalação de limites no comportamento como respeito pelos colegas e pela autoridade docente.

Além disso, diversos estudos comprovam que o desempenho escolar é positivamente influenciado pela valorização da aprendizagem por parte da família. Assim esta lei pretende que ao aumentar o entrosamento entre pais e escola, o processo educativo também melhore e tenhamos uma educação mais efetiva.

Por outro lado, ao adentrarem os muros das escolas, os pais perceberão e se envolverão com muito mais questões deste universo do que unicamente com o acompanhamento escolar dos filhos mas também com os aspectos institucionais, com a qualidade do ensino, as dificuldades que a escola enfrenta, os métodos e a formação dos professores. Ao se comprometerem com a aprendizagem também exercerão seu papel de cidadãos críticos e fiscalizadores daquilo que é oferecido como Educação. A exigência sobre a qualidade do ensino será maior, assim como a valorização da profissão docente e da necessidade urgente da sociedade e dos governos restabelecerem a Educação como prioridade nacional.

Já por parte da escola, esta terá também que mostrar um desempenho melhor, a começar por organizar reuniões mais produtivas e interessantes aos pais, não apenas uma repetição de encontros enfadonhos e desmotivadores da presença familiar. Se os pais forem exigidos a acompanharem a vida escolar dos filhos, a escola também será mais exigida por parte da família.

Estas duas instituições, família e escola, são constituintes da infância e da adolescência e juntas podem criar estratégias de ação e reflexão sobre a realidade da Educação. E sem dúvida, os mais beneficiados não serão apenas os estudantes, mas todos nós, a sociedade brasileira.


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